O Auto da Compadecida (filme), 2000, dirigido por
Guel Arraes
Muitas vezes escutamos histórias de alguém que conhece alguém, que
conhece alguém que fez uma coisa fantástica. Até você ver com seu olho, escutar
com seu ouvido e farejar com seu nariz, toda essa aventura contada fica no
campo da imaginação e num bom papo de bar.
Sala vermelha, senhorzinho tacou o terror no plantão noturno.
Primeiramente, ele estava alocado no setor não crítico com proposta de alta no
dia seguinte porque sua condição de saúde beirava melhor que a nossa. A noite,
em sua última posa na enfermaria, o homem para – pra quem não é da saúde: o
coração do homem simplesmente parou de bater – será que infartou? Será algum
mal súbito? Ressuscita esse homem.
Pelos relatos, tentaram fazer a massagem cardíaca cerca de 6-7 vezes,
mas aparentemente o homem parava de novo poucos segundos após voltar. Foi
optado por deixar ele ir, só que esqueceram de combinar com esse tiozinho,
porque ele voltava espontaneamente sem ninguém pôr a mão. Ele passava de pálido
e imóvel, para corado, pulsudo e inclusive abria os olhos. E do mesmo jeito que
voltava, ia. Mil eletros rodados, marca-passo e o diabo, e homem continuava
morrendo e desmorrendo.
Chegaram a chamar os cabeças brancas, os mais novos, e ninguém sabia
dizer o que se sucedia ali. Pensaram até na tal da síndrome de Lázaro, mas pela
definição não encaixa bem nesse caso. E assim foi a manhã e a tarde do dia.
Lá pra 16-17h, recebeu a visita de um neto e de uma filha. Só após
a filha ir embora, o tiozinho decidiu que já tava bom de ver a luz e fugir da
luz. Foi.
Dessa
vivência fiquei pensando em 3 pontos:
01) Imagina as
meninas da enfermagem indo arrumar o corpo e do nada o cara volta. Pensa o
susto que elas devem ter levado.
02) Já tinha
escutado história de que muitas vezes a pessoa espera ver um ente querido para
morrer de verdade, mas agora eu presenciei isso.
03) Será
que se ele conseguisse se comunicar, ele poderia dar alguma pista se tem ou não
algo do lado de lá?

Caraca, isto foi verídico ou apenas um conto mineiro, para ser acompanhado com um bom pão de queijo e um café com leite!
ResponderExcluirQue história! Imagino eu, que nao deve ter sido um plantão fácil, muito menos aos familiares receberem esta notícia!