Esses
dias eu tava pensando nos diferentes tipos de amor que existem, ou na verdade,
os diferentes tipos que eu conheço. Por favor, não pensar em ‘felizes para
sempre’, príncipe e princesa, filmes Disney etc.. Desencante o mundo, afinal o
amor real, da carne, pode ser sublime.
Um
desses amores, aliás... já parou para pensar que quando alguém ama, como sabe
que ama? O que sente? Ao que se refere quando fala que ama?
Quando
você está com saudade, você AMuA, gera algum grau de tristeza, algum grau de
ansiedade, diminui sua potência de agir. E quando ama... paz? Leveza? Aumenta
sua potência de agir? Medo de perder o objeto do amor que você não sabe nem
definir o que é?
Numa dessas rolagens de rede social, coisa de segundos, apareceu uma frase solta de um irmão que cuida de uma irmã. Sabe aquelas mensagens/fotos que você simplesmente rola, não para para pensar, buscando a tal da dopamina que o pessoal da internet tanto fala, uma passagem de dedo e sumiu. Por algum motivo, essa mensagem ficou igual a uma farpa no dedo, vira e mexe, incomodava.
Fiquei
pensando na minha irmã. Cara, como pode amar alguém desse tamanho? Durante o
dia lembrei de várias cenas quando pegava ela no colo quando ela foi bebê,
quando eu a tirava do berço e tentava acalma-la do choro. Principalmente quando
estávamos só os dois em casa; só tinha eu para cuidar. Das vezes que pegamos
ônibus juntos quando eu buscava ela na creche. Da admiração que eu tinha para
cada marca do desenvolvimento que ela atingiu. Lembro quando eu perguntava,
quando ela foi uma criança um pouquinho maior, “quanto custa uma casa? 14. E
uma moto? 48. Uma menina que nunca foi chegada em boneca ou panelinha, mas sim
em adrenalina. Pular, correr, subir, dançar.
Hoje
ela é uma mulher jovem, 18 primaveras, faz faculdade; faz bicos para se virar
com dinheiro, gosta de gente, gosta de viver. Não cumpriu com algumas projeções que eu tentei induzir. Tomou o próprio caminho. Acompanhei de
longe. Fui estudar fora. Se tivesse que rotular um preço pago por sair de casa,
foi o de acompanhar de longe sua metamorfose, sua formação de caráter. Uma das
expectativas que criei foi de ela não ser inocente a ponto dos outros a fazerem
de besta. Na proporcionalidade, afinal ela é jovem, deu certo, pois já vi ela
fazendo os outros de besta, principalmente os mil namorados.
Não
penso em arrependimentos, penso em cicatriz da escolha.

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