Depois de 04 finais de semana sem folga, agora deu um espaço para reflexão aqui. Com a maioria dos médicos que conversei não me lembro de 01 que falou "como era bom meu R1". Eu fico num mix de "hum... então não é tão legal assim, mas ao mesmo tempo é", afinal a briga para entrar numa residência - que aliás tem ficado cada vez mais difícil esse acesso- foi grande, e agora, eu quero a recompensa.
Deixo aqui uma passagem de um paciente do hospital (mudando totalmente o tom do texto):
Um dia ele parou e mostrou um vídeo dele empinando uma moto. Nos dias seguintes, relâmpago parava lá para reclamar que ficava muito tempo ocioso, pois não saia sua cirurgia. Reclamava que seus colegas de quarto cagavam no chão. Fazia reflexões como "IAGO" ao contrário é "O GAI". E assim ia indo. Um dia estava andando rápido de muletas, tropeçou e bateu a boca. Quebrou o dente da frente. O que a gente ria desse menino, quando ele chegou lá dando aquele sorriso sem o incisivo, foi bom demais. Mais alguns dias e nada de sair a cirurgia. Ele começou a andar de cadeira de rodas vestindo capacete de moto. Essa rapaz conseguiu montar uma gangue dos ociosos junto com outros pacientes da ortopedia e da psiquiatria, ficavam jogando UNO e circulando pelo hospital. E, um dia, sem mais nem menos, notamos que ele não aparecia mais. Descobrimos que conseguiu sua operação, e praticamente na manhã seguinte teve alta. Seus capangas da gangue do UNO, tentaram se reunir algumas vezes, mas como o líder não estava mais, a trupe acabou se desfazendo.
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