Edwin Thomas Roberts (1840-1917)
Dia desses, estávamos num mercado chamado Mart Minas,
é uma espécie de Atacadão daqui. Galpão grande típico, corredores largos,
caixas pra todos os lados, tem até aqueles carrinhos desproporcionais difíceis
de pilotar.
Durante
as compras - abro um parêntese aqui: lá tem um ketchup da Heinz gigante por R$
13,00, são 1,3kg de ketchup, bom demais, dá pra pôr na pizza, nos lanches, no
arroz e ainda sobra. - Notei uma família: papai, mamãe, filha (uma criança de
uns 7-8 anos) e 1 filha bebê.
Estavam
com o uniforme de crente, o pai com camisa e calça social e chinelas (afinal
tava calor), a mãe com a famosa saia jeans, cabelo longo e solto, além da
blusinha de manguinha mais curta e a fedida da melissa. As crianças, duas menininhas,
com vestidinhos bonitos.
Enquanto
eu estava lá, imóvel, à espera da Pri pegar as coisas, como um bom segurança de
carrinho de supermercado - já imaginou depois que você pegou quase tudo o que
precisa, vem alguém por pura maldade e some com seu carrinho. Ser cruel. - Fiquei
notando a relação da mãe com a filha.
A
mãe falava muito alto, estávamos perto do setor das frutas e legumes, a criança
com seus 8 anos estava bem próxima a ela. A mulher dizia repetidas vezes "
você tem que ficar perto de mim!", "já não mandei você não desgrudar
daqui?!" "que que eu tô falando pra você? hein! Me responde!".
O
tom, a cena em si, parecia que a mãe simplesmente queria fazer a menina chorar;
mas de uma forma gratuita, sabe... tinha um "q" de frustração na mãe
que parecia muito que ela queria despejar uma raiva acumulada na criança. A
mocinha ficou lá parada, colada no carrinho, olhando para mãe, com semblante de
pavor, dava para ver que ela não conseguia se mexer; uma estátua que queria
ruir, uma estátua obedecendo um vínculo de autoridade no qual gera um
sentimento confuso de " essa pessoa me protege, mas ao mesmo tempo está me
fazendo mal..." @DIMAS como proceder?
E
toda essa cena se estendeu por bons minutos, minutos curtos para mim,
astronômicos para a criança... talvez mais um pontinho na cartela de traumas
que se acumulam durante a vida.
Penso
que não tem uma justificativa para dar tal atitude, mesmo que a menina tenha
dado uma volta sozinha no corredor de doces.
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